Falta empatia e também simpatia
mas sobra agonia, reparou?
Todo mundo acelerado,
apontando dedos pra todo lado.
É um tal de disse me disse
que nem sei quem falou o quê
e ninguém se escuta
nessa pandemia absurda.
Quem chora seus entes idos
parece ser quem menos grita
diante da maldita hora.
Quem está em compasso de espera
é quem mais chora, que nem criança mimada
com medo e desespero, raiva e falta de zelo.
Preciso sair de dentro de mim.
Esse negócio de ficar em casa
é um paradoxo sem fim.
Geograficamente limitados
parecemos olhar só pra fora
e não para dentro.
Fugimos da gente mesma
em raivosos lamentos
gritando a esmo com todo mundo
nessa rede viral midiática
e não percebemos que a grande problemática
está em cada um de nós.
Como eu nestes versos
em dilema simples,
que só parece complexo.
Me falta empatia, sobra agonia
e aponto dedos em poesia,
em julgamentos sem fim.
Como sair de dentro de mim?
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