Com Bolsonaro ainda não entendendo que seus decretos não têm força de lei se ofenderem leis e estatutos vigentes, ou mesmo a Constituição, e não existindo quem o convença do contrário, é natural o Congresso de Rodrigo Maia e Alcolumbre começar a devolver medidas provisórias que repitam o teor de outras que já foram rejeitadas. Se Bolsonaro prefere brincar de editar e revogar decretos sobre a política nacional de armas de fogo, obcecado em cumprir sua promessa de campanha. Pelo fato do presidente e sua equipe exibir uma conduta inapropriada e inconsequente, vai se instalando, bem à maneira brasileira, um regime parlamentarista branco (embora sejamos um país miscigenado) por absoluta incapacidade do presidente eleito, sem haver necessidade de reproduzir o trauma do impeachment. Bolsonaro, a própria rainha da Inglaterra, reina, mas não governa. Não decide nem sobre coisas menos importantes, quando não está sujeito a acusações de narcotráfico no avião presidencial. Deputados e senadores não esperavam um recado tão contundente que veio das urnas, quando muitos dos profissionais de reeleição não foram reconduzidos. Embora, no seu lugar, tenha entrado a turma que se elegeu com o discurso de Bolsonaro, abaixo da crítica, com raríssimas exceções que eu nem conheço. A Reforma da Previdência a ser aprovada resultará do trabalho da classe política, e não do Posto Ipiranga. Vai ser instaurada uma CPMI destinada a investigar o uso de fake News nas eleições de 2018, o que incluirá a campanha do presidente Bolsonaro. Se Moro fosse deputado, com aquelas conversas mantidas com Dallagnol, de caráter jurídico incestuoso, já estaria cassado. O Poder Legislativo já se apercebeu da falta de juízo e instabilidade que uniu a tropa do Bolsonaro, militares e crentes no exercício do poder e irá preencher esse vácuo.
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