Hoje em dia as relações terminam com muita passividade. Ninguém se abala. Fica tudo amigo. Coisa de gente civilizada. A fila anda. Descarta-se. É só substituir um pelo outro. Não vale a pena chorar pelo leite derramado. Para que cortar os pulsos? Para descobrir, mais adiante, que o sujeito é pilantra? Ou frio, calculista e sem alma? Que foi melhor que o pior tivesse logo acontecido para dar chance ao azar, de tanto que azarou? Mágoa é sentimento baixo, próprio de gentinha ressentida. Então como é que fica o ninguém me ama, ninguém me quer? Troca-se seis por meia dúzia no maior cinismo ou deposita-se esperança na maior tristeza, à medida que o relógio marca, o fim do jogo se aproxima… e tudo acabou! Foi-se o tempo em que se pagava com sangue a traição; para que sujar as mãos com piranha? Ou interesseira, barraqueira e torpe? Homem e mulher, é tudo igual! Quando cismam de não gostar mais de você, pegam o primeiro que esteja dando bobeira e tome de botar bola dentro! É só lavar que continua tudo igual. Para que ficar procurando mancha no lençol ou cheirando perfume de segunda categoria no colarinho? Para que brigar, brigar, brigar, se tudo quanto é gênero de emoção morreu por dentro e nos tornamos passivos, ao aceitarmos uma nova ordem para não esquentar e evitar o estresse?