Os americanos estão encalacrados. Regidos pela democracia, na forma pura de que tanto se orgulham, ao elegerem juízes e xerifes medidos pelo desempenho fiado em estatísticas fidedignas de criminalidade. Não importa se a droga é leve ou o delito pesado, se cucaracho ou afro, um dentre 37 americanos já viu o sol nascer quadrado.
É o mesmo dilema que enfrentam para esmagar o Iraque. A violência da porrada perante o império da lei confeccionado sob medida pros americanos. O que nem assim impediu que recuassem diante de soldados mortos lembrando o Vietnã e dos atentados à ONU e à mesquita cheia de fiéis xiitas no dia de descanso para os muçulmanos – ambos favoráveis à estabilidade. Ao pretender dividir, agora, a responsabilidade com a ONU para deletar o caráter de país invasor, a confissão para os países aliados de que os falcões falharam e não adiantou Bush se fantasiar de piloto top gun.
Dá até saudade do Clinton! Não há termos de comparação o impasse com o puritanismo do sexo oral. Também pudera, findo o comunismo, relaxaram da tensão da Guerra Fria e pensaram não ter mais inimigos. Inocência pura descansar nos louros da hegemonia alcançada no mundo, às custas de banir o perigo vermelho, e pensar que não redundaria em retaliação! Quanta empáfia em fazer valer o regime de concorrência perfeita “para fora” e protegendo “para dentro”, sobretaxando os produtos que exportamos, de forma a não causar desemprego na terra da livre iniciativa.
Quem diria quão árduo ser cidadão americano imerso numa paranóia alimentada pela eventualidade de um ataque bacteriológico, outrora desencadeado por marcianos, ET’s, aliens. Em filmes.
Se enfiaram numa guerra a assistir, inertes e calados, o declínio do império americano, ao jogar uma cartada em busca do petróleo iraquiano – em vez de descobrir uma energia alternativa.
De se lançar no empreendimento de reconstruir o Iraque, um novo plano Marshall pró-Alá ocidentalizado, na esperança de produzir mais patos donald. Que nem coelho.