Em coluna publicada hoje no Globo, Bial perdeu o rebolado. Não quis se desculpar por suas declarações, no mínimo, extremamente indelicadas e inapropriadas dirigidas a Petra Costa, que está disputando o Oscar com seu documentário “Democracia em vertigem” – primeira mulher e latino-americana na categoria. Abusa de argumentos intelectualoides e psicanalíticos como “é uma menina sob as ordens da mamãe” (ela tem 37 anos), senão machista e misógino. Diz que o tratamento dado ao documentário foi de uma ficção conectando eventos sem relação causal, desprezando a versão do golpe, a malversação da Constituição para gerar o impeachment e a reflexão sobre a ascensão global da direita e a manipulação das redes sociais que igualmente atingiram a democracia americana e inglesa. Do meio para o fim, começa a subir no muro, exaltando a liberdade de expressão, “sendo tendencioso ou não, com graça e bisturi ou com cintura dura e facão”, reconhecendo que, logo no inicio do filme, Petra avisa que sua visão não é a do remédio genérico (dos golpistas). Não sem antes observar que é a obra menor de Petra mas, por outro lado, um absurdo Bolsonaro gastar dinheiro público “para atacar nossa artista de destaque internacional”, “sempre bom ganhar um Oscar para o Brasil” e “viva o cinema brasileiro!”. Meu pai costumava dizer que, se não tem nada para dizer, é melhor ficar calado. Bial ficou dividido entre servir à família Marinho (o golpe não pode ser desmascarado) e à classe artística, visto que dirigiu “Outras estórias” (baseado em Guimarães Rosa) e o documentário “Jorge Mautner – filho do Holocausto” – melhor esquecer Big Brother.
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