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“PEQUENO DICIONÁRIO AMOROSO 2” E “LOVE” ARRASAM COM OS RELACIONAMENTOS

“Love”, o filme de Gaspar Noé, o diretor de “Irreversível”, em que exibe Monica Bellucci sendo estuprada por 10 minutos de cena, discute o tema se muito sexo explícito na tela pode ter o amor como fio condutor. Enquanto “Pequeno Dicionário Amoroso 2”, de Sandra Werneck e Mauro Farias, questiona se é melhor namorar, pra que casar? Para enfrentar o desgaste diário do casamento? Muito negado por manter as aparências, salvaguardar a imagem do casamento ou por não saber viver sozinho. No namoro, a criatividade é maior. No casamento, a acomodação sempre presente. Na fisionomia da personagem de Andréa Beltrão, a angústia: a necessidade de se acasalar. No entanto, em “Love”, a vida também só faz sentido se com amor. Noé ilustra o amor com masturbação e ejaculação logo na primeira cena, dirigido à plateia, e prossegue com penetração, felação e demais modalidades para desenvolver a tese de que fazer muito sexo é consequência de um grande amor, mesmo traindo com outras (os) parceiras (os) eventuais, em situações que não puderam evitar, já que ambos se deram ao direito de explorar o sexo a três, a troca de casais, senão bacanais organizados. Mas nem por isso se impediram de ter crises de possessividade em que faziam juras quanto à necessidade de um proteger o outro para que nenhum pilantra se metesse na vida do casal. Em processo de corrosão sempre crescente e não encontrando um meio que justificasse o fim de um casal instável. O amor não morria, mas também nunca houve clima para namorar.

Antonio Carlos Gaio:
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