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PERDÃO

“Onde há vontade de condenar, há prova”, um ditado chinês que reflete todo um quadro de injustiças que nos persegue e nos acostumamos a segui-lo. Perdoar a mim mesmo e perdoar aos outros. Esse é o nó górdio da questão a ser desfeito, e não cortado, para não restar nó na madeira. Essa é a parte mais difícil, onde o pomo-de-adão sobe e desce freneticamente denunciando o que tem por engolir. A persuasão entalada na garganta. Por sermos heróis da nossa própria história, o problema aparece como uma chance de ouro para fazermos o melhor de nós mesmos. A experiência é o sobrenome da família de nossos erros. Teimar em não corrigi-los é o mesmo que voltar ao local do crime.
O ressentimento come a gente por dentro. Perdoar a mim mesmo é até possível, agora, perdoar aos outros é uma tarefa sobre-humana, ainda mais quando te atingem onde menos deseja, fazendo com que você queira determinar uma indenização por danos morais ou uma reparação em caráter de guerra, exigindo satisfações pelo mal que provocaram.
O rigor com que julga pode voltar como um bumerangue. Tamanho sentimento de hostilidade e má vontade traduzem mesquinharia. O renascimento passa pelo perdão do filho ao pai, em nome de uma causa que joga por terra julgar os outros mais severamente do que julgaríamos a nós mesmos, condenar o que perdoaríamos em nós. Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo.
O egoísmo é uma árvore frondosa em que um dos frutos, a ingratidão, exagera o peso de injúrias que indispõem o coração com ódio. Aflige a mente, perturba a paz interior e destrói a presença de espírito, recalcado no alcançar o que o olho não vê e na ganância. Possesso, deturpa a capacidade de discernir o certo do errado, bem como as conseqüências de nossos atos.
Que alívio não ser mais preciso retribuir injustiça com injustiça, nem transferir o incômodo a outrem cutucando incautos, independente do que ele tenha feito. Perdoar as mágoas é descongelar o coração.
Há quem defenda o ódio, a inveja, o ciúme e outras emoções negativas como peças básicas de nossa engrenagem; a ignorância é perfeitamente natural e prolifera que nem coelho. Apesar de emanar uma vibração hostil e deixá-lo com uma aparência repulsiva que afasta até animais de estimação, desentranhando uma inhaca que prenuncia o falecimento precoce da alma. Também pudera, não têm nenhuma outra função que não seja a de nos destruir. Surgem de uma mente perturbada pela insatisfação e descontentamento que faz crescer o inimigo dentro de nós.A natureza da mente é pura, capaz de eliminar pensamentos derrotistas, do tipo da raiva que se alimenta da raiva e causa seqüelas. De modo que, se ampliarmos seu potencial, reconheceremos que pessoas exatamente como nós também têm o direito de ser felizes, de não sofrer, ao se socorrerem de facetas e ângulos extremamente favoráveis à sua evolução.
Perdoar não é bom só para quem é perdoado, é bom para quem perdoa também. Passa pela aceitação a compreensão do que sitia e ronda a alma dos homens. Somos capazes de suportar os erros dos que nos cercam, se tivermos a noção de que pertencem à mesma família.

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Antonio Carlos Gaio
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