Três filmes que a crítica pouco se tocou, limitada ao esquematismo com que procura demonstrar o brilho de suas análises. “Pina” Bausch merecia maior entusiasmo por ela e seu balé estarem 100 anos à frente do contemporâneo. Porque existe uma hora, doutos críticos, em que as palavras não ajudam e aí entra a dança. A dança de Pina lembra o primitivo, o silvícola, com gestos exagerados que lembram loucos no hospício. Pulando de uma nuvem para outra. Pina justifica: para dançar, é preciso enlouquecer para se soltar, pois é na fragilidade que você encontra sua força. Um filme com Freud e Jung divergindo em “Um Método Perigoso”, exibindo seus egos e se digladiando até romperem, somente cansa se você procurar entretenimento em psicanálise. O confronto de concepções entre a psicanálise ser objeto para adaptar e preparar o indivíduo para viver em sociedade (Freud) ou transformá-lo a ponto de reinventá-lo para ser o que deseja (Jung), atinge dimensões que superam os limites humanos de ainda hoje. Então, vá ver “Jovens Adultos”! De Jason Reitman, ótimo escritor de seus próprios filmes como “Juno” e “Amor sem Escalas”. Sobre os problemas por que passa uma ghost-writer que não faz sucesso na vida como escritora nem consegue que nenhum homem sinta amor por ela (um nonsense em se tratando da maravilhosa Charlize Theron) – apenas esquentam sua cama por uma noite. A personagem como autora e mulher ou a autora como personagem e mulher não vislumbra estabilidade emocional e explode por ninguém entender nos jovens adultos que não crescem, que sua revolta e inadaptação devem-se à libido existir para tão somente destruir o ego durante o intercurso sexual e permitir a entrega ao verdadeiro amor, livre do egoísmo, nosso fiel e inseparável companheiro.