O brasileiro aprendeu a votar. Finalmente. Atingiu um estágio de amadurecimento político que cicatrizou a ferida aberta com a eleição de Collor e a declaração de inocência perpetrada pelo Supremo Tribunal Federal.
Mas pode acontecer… de eleger Rosinha e ela terminar o mandato com anemia, saudosa da vida em família com seus nove filhos num condomínio a salvo desses perigosos traficantes.
Pode acontecer… de eleger um prefeito afro-brasileiro numa cidade que duvidávamos que isso pudesse acontecer, que aprendeu tão bem a lição com seu preceptor que saiu pela porta dos fundos, pendurado em escândalos, envergonhando a raça pela oportunidade perdida.
Pode acontecer… de eleger presidente que se valeu de furibunda oposição e esqueceu de romper com uma política econômica que não prioriza o emprego de jovens, que se descaminham com facilidade, além de não dar trégua ao verdadeiro inimigo: a especulação. Duas fontes de incentivo à criminalidade.
Pode acontecer… de ACM apresentar um projeto de lei que autoriza a quebra automática do sigilo bancário, fiscal e telefônico dos parlamentares integrantes de CPI’s. Escaldado pela renúncia para evitar a cassação no mandato anterior, o senador põe em dúvida a integridade do Congresso eleito.
Pode acontecer… do governador de Nova Jersey renunciar ao restante do mandato por ser hora de se olhar no espelho e perceber uma sensação que o separava dos outros, uma ambigüidade que o deixava confuso desde menino. Anunciou que teve um caso extraconjugal com um homem, sendo casado e pai de duas filhas, afetando sua capacidade de governar.
O que não precisava acontecer era Mr. McGreevey confessar que trabalhou duro para se assegurar de que seria aceito como parte da tradicional família americana, e se descobrir um gay.