Nos Estados Unidos, a polarização entre republicanos e democratas se assemelha ao confronto entre bolsonaristas e lulistas. Os americanos têm procurado evitar as discussões públicas sobre política para não desencadear confrontos no seio do povo. São famílias que não se encontram mais, amigos que deixaram de ser amigos e pessoas cortando relações com as outras por divergências político-ideológicas. Grupos de relacionamento no WhatsApp costumam descrever claramente o posicionamento político, como o direito ao aborto em contraposição ao porte de armas.
Os republicanos, hoje os trumpistas, refletem as mudanças profundas na sociedade americana. O declínio do país como potência diante da China e o sonho da “América mais grande” (lema de Trump) ficar distante, somado à desigualdade cada vez mais evidente, índices de qualidade de vida em queda e violência armada alimentam insatisfação e descrédito nas estruturas políticas tradicionais.
“Não veem o mundo do nosso jeito, do jeito certo, a coisa certa, o que a extrema-direita exige”, são cabeça dura, desleais, desonestos, ignorantes, às vésperas das eleições legislativas nos EUA, quando estarão em jogo todas as cadeiras da Câmara e um terço do Senado. O objetivo é o de criar bolhas de relacionamentos que já acusam uma parte significativa da população americana.
O mundo mudou. Sempre houve uma polarização entre republicanos e democratas, conservadores e progressistas, mas isso era controlado institucionalmente por alas mais moderadas dentro dos dois partidos. Trump ameaça a democracia com uma ditadura distinta da que Putin implantou na Rússia, que se baseou na Venezuela de Chávez, já que Cuba perdeu sua identidade de regime forte com a morte de Fidel, muito embora Bolsonaro tenha se inscrito na lista com a promessa de campanha de suprimir o Supremo Tribunal.
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