Em respeito ao sonho de seu pai com um dia o Brasil se orgulhar de ter uma grande biblioteca com documentos históricos de um ex-presidente imortal como ele, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, resolveu estatizar a Fundação José Sarney. Será mantida com recursos do polpudo orçamento do estado do Maranhão em razão de não haver atraído fontes de financiamento, sejam privadas ou federais. Com a garantia de que a extinção da entidade só poderá ocorrer com a aprovação unânime de seu conselho curador, missão impossível em face de duas cadeiras serem privativas de pessoas indicadas pelo próprio José Sarney ou por herdeiros. É a própria perpetuação de um privilégio ao supremo chefe de um clã com o uso do dinheiro público. É a própria doação ad aeternum de patrimônio do povo do estado do Maranhão a uma única família maranhense, cujo patriarca já usufrui de domicílio eleitoral no Amapá – será que no futuro surgirá uma filial? Certamente ninguém em sã consciência consegue informar os custos para manter a fundação atuante no cenário cultural do país, muito embora o cabide de emprego dispense a preocupação em contratar novos funcionários. Quando José Sarney vier a morrer e os seus restos mortais lá ficarem guardados, a fundação converter-se-á na própria pirâmide do faraó. Por que Chávez provoca maior ira na Venezuela e redondezas, enquanto Sarney conta com a condescendência da liberdade de imprensa?
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