Se o Brasil ainda é um dos países mais injustos na distribuição de renda, a concentração de terra na mão de poucos se compara a padrões africanos, onde grassa a miséria e a fome. O agronegócio da soja, cana-de-açúcar e pecuária se estruturou para competir, voltado para a exportação, com alta produtividade, bons preços e dispensa de mão de obra. Restaram apenas 17 milhões de trabalhadores no campo, responsáveis pelo abastecimento dos itens da cesta básica. Mas o que não é páreo para o agronegócio, fundamental no patamar que alcançou nossa economia. O que só fez piorar o já imoral acesso às terras e uso do solo, regido pelas leis do mercado. Somente uma reforma agrária para promover a justiça social, o que equivaleria a desmatadores e MST, frente a frente, à mesa de negociações, com Minc de mediador. O governo Lula não quis comprar essa briga de cachorro grande. Perdeu essa oportunidade histórica e fez o jogo dos senhores dos anéis.
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