Na década de 60, cineastas talentosos, revolucionários e polemistas tinham por objetivo mudar o cinema e o mundo. Havia que reconstruir a sociedade a partir da constatação de que somos todos rigorosamente iguais. Sob pesada influência do comunismo, na verdade foram os dissidentes que plantaram versões palatáveis de movimentos sociais e culturais que exigiam manifestos e se organizavam de forma responsável. O mundo só veio a melhorar posteriormente, depois que tudo pôde ser assimilado e desfrutado por deslumbrados com a fama, que se aproveitaram do caminho aberto por quem se sacrificou e até morreu pelas idéias, e se tornaram uns chatos, pretensiosos, ingratos, de fôlego curto, sem a menor noção de seu real tamanho.