Quem foram os mentores do movimento terrorista que invadiu os Três Poderes (Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal e Congresso) em Brasília, no domingo de 8 de janeiro de 2023? Dentre os óbvios, Bolsonaro, que há um ano atrás afirmou que repetiria Trump na invasão ao Capitólio. Ibaneis, o governador do Distrito Federal, recém-eleito com o voto bolsonarista, não reprimiu os terroristas e se omitiu quanto à guarda dos poderes republicanos. Anderson Torres, polícia federal e ministro da Justiça de Bolsonaro, fugiu para os EUA depois de deixar tudo armado para a tentativa de golpe. Por que não está se mencionando os nomes dos generais Braga Netto, ministro da Casa Civil de Bolsonaro e seu vice na chapa, e Augusto Heleno, ministro da Segurança Institucional de Bolsonaro? Se os terroristas estavam encastelados em torno do QG de cada estado, pedindo uma intervenção militar com Bolsonaro à cabeça. E se os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica se recusaram a dar posse aos respectivos comandantes de Lula, preferindo abandonar o posto e se negar, portanto, a evacuar os baderneiros no entorno de seus domínios. Abrindo brecha para Múcio, o ministro de Defesa de Lula, fazer média com os militares ao chamar as manifestações em torno do QG de democráticas, a título de transitar do militar a serviço de interesses golpistas vendidos por Bolsonaro para o militar que tem de respeitar os interesses maiores concernentes à democracia – especialmente a alternância de poder. Não se trata de ilações absurdas já que, à sequência da invasão aos Três Poderes, do juiz Alexandre de Moraes suspender Ibaneis por três meses no exercício de governador do DF, e mandar fechar todos os acampamentos de arruaceiros Brasil afora, apareceram os primeiros soldadinhos coordenados por majores ou tenentes a recolher barracas, banheiros químicos e demais apetrechos acumulados por essa gente suja, pobre de espírito e mente pequena, à imagem e semelhança do criador do seu gado. Portanto, bastou os militares golpistas se mexerem para varrer a anarquia no país, antes que repercutisse em suas próprias instituições com a desordem e involução, o contrário de ordem e progresso. Quase se deixaram levar pelo fascínio da ditadura vendido por Bolsonaro com sinecuras, vantagens pecuniárias e previdência gorda. O mote da corrupção com que tanto condenam a classe política, instigado por um psicopata e bandido dos mais perigosos já surgidos no país. Se a pretensão é levar à cadeia Bolsonaro e Ibaneis (a de Anderson Torres já foi determinada), por que também não Braga Netto e Augusto Heleno? Se constituíam o braço militar no golpe ou na ditadura de Bolsonaro. Por que guardar tamanho respeito (ou seria medo?) pelas Forças Armadas, preservando-as de acusações que as maculariam na História do Brasil, por seu eterno idílio com golpismo e ditadura? Apenas por se substabelecerem como o braço armado e legal da sociedade civil diante do inimigo externo? O último foi o Paraguai há cerca de 150 anos.