E, de repente,
a única roupa
que me cai bem
é a humildade
e eu me dispo
da saudade.
E só praticando
o desapego
me sinto leve,
sem peso extra.
E, num instante,
percebo
o que não tinha
visto antes:
o quanto carreguei
sentimentos bestas
e motivos fúteis,
o quanto cultivei
más companhias,
como a raiva e a apatia,
o quanto alimentei o medo,
a discórdia e a frustração.
E vejo o tanto que esqueci
de dizer “não” ao que devia
e dar um “sim” à alegria.
E então olho pra trás
e percebo que deveria ter
olhado mais para frente.
E, enfim, eu sei:
agora sim,
será tudo diferente.
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