Vazadas partes do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril que servirão de prova para Moro incriminar Bolsonaro por interferir na Polícia Federal, indicando delegados de sua confiança com quem tivesse mais “afinidade” e garantissem acesso a informações sobre investigações que se avizinham envolvendo seus filhos, e podendo prejudicar sua família. Para mal explicar o cerne dessa acusação, prevalece a mentira descarada na cúpula do governo Bolsonaro, que já está articulando com o Centrão apoio no Congresso para barrar o impeachment – promessa de campanha não cumprida na qual o povo acreditou, influenciado pela Lava-Jato capitaneada pelo Moro, um dos vendedores da tese da mentirosa política apartidária. A versão cara de pau de que Bolsonaro não se referia à Polícia Federal e sim à segurança da família espanta, pois quem cuida do assunto é o Gabinete da Segurança Institucional do Gal. Heleno, e não o Ministério da Justiça que era do Moro. Os generais em torno do capitão depuseram com base em falsos testemunhos com o intuito de confirmar as alegações fake de Bolsonaro, cujo protegido, o delegado Ramagem, exagerou na mentira ao negar ter intimidade pessoal com o 02 (Carluxo), embora ambos flagrados em fotografia no Réveillon de 2019. Até o delegado Valeixo, alinhado com Moro, baixou o tom e pensou na sua carreira de policial, ao inocentar Bolsonaro. O procurador Aras bem pode engavetar esse inquérito pensando no seu futuro como juiz do Supremo (a indicação é de Bolsonaro), mas a transparência nas investigações evidenciadas pelo juiz do Supremo Celso de Mello, como dar publicidade integral ao vídeo, prejudica seu intento. Caberia ainda agregar a essa extensa lista o ministro Toffoli, procurando entender como pensa Bolsonaro sobre a “uberização da política” (democracia mais direta), e Rodrigo Maia, sentado em cima do impeachment, cagando de medo em autorizar o processo em meio à subida da curva do coronavírus e o Congresso só funcionar virtualmente. Abarrotado de provas que não são uma mera pedalada, e com o povo impedido de se manifestar nas ruas devido ao isolamento social, preocupantemente se acentua o comportamento criminoso e destemperado de Bolsonaro na condução da pandemia. Além de inventar crises na demissão de ministros para tumultuar ainda mais a situação do país e lamentar não ter destruído a fita da reunião, como se ele pudesse fazer o que bem entende com as provas do inquérito que o investiga. Reforçado pelos seus ministros recomendarem a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal, governadores e prefeitos, inspirados em seu modelo de liderança, indigentes capachos. O que só atesta que subiu à cabeça do zé-mané eleito Presidente da República a falsa glória de um poder no qual sua caneta não tem mais tinta.
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