Nossos adversários não são propriamente inimigos. Podem até se converter em nossos benfeitores.
Os inimigos podem abrir caminho do qual não suspeitávamos, fruto de sua ação agressiva e autodestrutiva que concorrerá para abreviar o seu fim e o nosso infortúnio. Os antagonistas cansar-se-ão perante nossa persistência em prosseguir no Todo e no sempre. Os rivais preferirão fingir que não se incomodam e cairão na falseta. Por que não descobrirmos, em meio à competição desenfreada, a partir de com quem não simpatizamos, que as diferenças não são tão grandes assim? Se soubermos compreender e aceitar o que os leva a se tornarem tão irritados com nossa personalidade.
Se as doenças e os desastres demandam maior reflexão e ponderação. Se a aflição nada constrói e a ansiedade tampouco edifica. Se a maior parte da existência humana se deixa estrangular pelas vibrações malignas do medo, que nos aproxima do terror – o pior inimigo da criatura humana -, por ser tão contagioso como qualquer nuvem de radioatividade emanada de acidentes nucleares ou de vírus oriundos de moléstias em irrefreável propagação.
Pois o inimigo se aloja nas cidadelas mais profundas de nosso espírito para provocar o câncer na alma, a fim de nos instigar a reagir e a desfazer o que pensamos vir numa tsunami de ruindade, má querença e rejeição ao que representamos. Se na alma prevalecer a força, o equilíbrio, a moderação e a segurança com que a fé nos presenteia sem cessar, o adversário, se não se tornar um amigo camarada, ao menos nos verá com outros olhos. O que ajuda a afastar a desconfiança e a suspeita infundada. Eliminando barreiras e permitindo que seres sem maiores afinidades possam se entender num clima de boa vizinhança e até virem a se mostrar mais fraternos, por simplesmente terem descoberto que giram em torno de objetivos comuns e que a rivalidade era apenas um antagonismo que serve de prova para prosseguirmos com mais generosidade em nossa trajetória.
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