Como é que Serra tem a coragem de oferecer ao eleitorado sua biografia sem nenhum mal-entendido com o seu passado, sem ter de ficar se explicando ou pedindo desculpas como Lula? Claro! A mídia é cúmplice e acoberta as privatarias tucanas denunciadas no livro de mesmo nome, em que Serra e sua filhota criaram o seu próprio mensalão a partir do lucro com as privatizações, resultando em evasão de divisas e lavagem de dinheiro em paraísos fiscais – que o procurador-geral Jô Soares II finge não ver, tomando partido. Quando não é acobertado, foi engavetada a investigação da compra de votos para reeleger FHC. Quando não é engavetado, só foi noticiado o filho que FHC teve fora do casamento com Dona Rute depois que ela morreu, sem saber. É por isso que o Príncipe pode falar em recuperação moral do Brasil em alusão ao Lula, pois conta com a liberdade de expressão da imprensa para escamotear sua verdadeira imagem. O julgamento do mensalão petista vai ter essa virtude. Atirar flechadas certeiras nas mentes diabólicas de falsos mosqueteiros da ética, que alardeiam moralidade como se fossem a cruzada dos crentes que apoiam Russomano. A despedida de Serra promete ser patética.