Um filme da Singapura que joga por terra mais um outrora tigre asiático, tão exaltado por essa mídia de direita que, convenientemente, omite em seus falsos ícones não a vontade de punir e fazer justiça, e sim de castigar, abusando da pena de morte, quando não humilhando as crianças por colocar a disciplina acima de qualquer valor, ainda nos padrões do pós 2ª Guerra Mundial. Singapura é uma pequena e densamente povoada cidade-estado insular no Sudeste asiático, localizada entre a Malásia e a Indonésia. Com 5 milhões de habitantes procedentes de vários grupos linguísticos chineses formando 74,2% da população, malaios, 13,4%, e 9,2%, indianos, cuja língua oficial é a do colonizador inglês, além do mandarim padrão, malaio e tâmil (sul da Índia). Auto se governando desde 1959, separando-se da Malásia em 1965, Singapura tem sido consistentemente avaliada como o país menos corrupto da Ásia e entre os dez mais livre de corrupção do mundo. Tem uma economia altamente desenvolvida voltada para a exportação com um dos portos mais movimentados do mundo e o quarto maior centro de negociação de câmbio do mundo, depois de Londres, Nova York e Tóquio. Um filme de Anthony Shen que revela uma relativamente moderna amálgama de povoamentos chineses, malaios e indianos, existindo pouco de uma cultura especificamente singapuriana, que se transformou numa sociedade materialista destituída dos tradicionais valores religiosos do Oriente. Com um sistema escolar que exalta a disciplina aplicando palmatória em aluno indisciplinado perante à execração de seus coleguinhas, só para dar exemplo, ao mesmo tempo que os incentiva a cantar hinos que enaltecem o caráter multirracial e o respeito à diferença de credo, enquanto o filme vai desvelando a desagregação de uma família em razão da crise econômica na Singapura de 1997, dissimulando um pouco aqui, mentindo mais adiante, escondendo fatos cruciais, com todos se enganando entre si, tendo como protagonista da trama uma doméstica contratada das Filipinas mais atrasada e católica, como para-raios da família. No papel de babá do filho de 10 anos, cujo comportamento foi absorvendo e refletindo esse quadro desequilibrado que o mundo adulto costuma legar às crianças.