Deu no Globo: “A derrocada vem da China”. Essa manchete primeiro reflete a preocupação sub-reptícia do Globo em derrubar (sempre focado em disseminar falsas crises, não só no Brasil) o hoje principal parceiro do Brasil de Dilma – a China. Na eterna e vigilante defesa de voltar ao que éramos antes sob o guarda-chuva da economia dos EUA. Mas acaba por expor o porquê dos PIB’s estarem baixinhos, inclusive o do Brasil, a refletir uma situação financeira internacional contraída, e não mais o céu de brigadeiro que predominou no governo Lula. Quando os governos tucanos não são reconhecidos por serem desenvolvimentistas e com economia e PIB em alta, e sim pela tara em sufocar os gastos públicos e não investir no social, o que redunda invariavelmente em recessão. O Globo pensa que a gente é idiota para acreditar que logo a economia da China está em queda, e derrotada, quando não precisa ser economista da TV Globo, com aqueles gráficos do Sardenberg, tipo escolinha do Professor Raimundo, para perceber que a China promoveu um ajuste em sua economia para se adequar às mais importantes economias do mundo (ela não vive só e tem de interagir), que estão em queda ou estagnadas ou com pífio crescimento. A China transitou do comunismo para o capitalismo do Estado com um sucesso econômico inigualável no planeta (não de IDH), mesmo se comparado com os EUA, se levarmos em consideração sua população superior a 1,2 bilhões de habitantes. Exportando seu modelo ao planeta, na medida em que entra em todos os continentes vendendo seus produtos e serviços, como também aderindo aos principais projetos em curso de desenvolvimento, o que não convém ao perfil neoliberal Globo. Na tentativa de rebaixar a China, o Globo caiu em sua própria arapuca e implicitamente reconheceu as economias em baixa no mundo, o que justificaria o pibinho do Brasil. Economia é um campo mais fértil para se contradizer do que no Direito. Mas de que importa a contradição para quem mente todo dia?