As manifestações de protesto que reuniram 250 mil pessoas em 11 capitais do país lembraram a queda da Bastilha com a tentativa de invasão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e o uso de coquetéis molotov e do Congresso em Brasília, bem como a ocupação da cidade de São Paulo pela população e o cerco ao Palácio Bandeirantes (sede do governo de São Paulo). A Queda da Bastilha (fortaleza medieval) foi o estopim para se iniciar a Revolução Francesa em 1789 e invadir o palácio de Versailles para decapitar a família real e a nobreza, de modo a pôr em funcionamento uma Assembleia Constituinte formada pela classe média (burguesia). Por abusarem das regalias e dos privilégios, obcecados pela reprodução do poder, bem que pode se equivaler o ataque à classe política nas manifestações ao desferido contra os aristocratas franceses. Ou, pelo menos, como prenúncio da morte anunciada no sentido de fazer a classe política descer do pedestal e se misturar aos comuns. Essa gente está causando irritação no exercício de suas funções, invariavelmente por má conduta, ainda mais por deter o monopólio de decidir em nome do povo, fazendo com que o cidadão se sinta alheado de participar da condução desse país e não representado por essa casta. Daí ter explodido e saído às ruas para buscar outras formas de se expressar, dando recados do tipo “Ninguém nos representa” ou “Não temos partido”. Esse é um filho que ainda está por se parir. Haverá necessidade de muitas manifestações para se conseguir maior clareza sobre como acuar os partidos políticos e obrigá-los a dançar na cadência bonita do samba.
Deixe um comentário