Afora os tucanos, direitistas raivosos e golpistas nostálgicos da ditadura, quem chama a atenção no “não aguento mais 4 anos com Dilma” é Eduardo Campos. Nem Marina, sua provável vice, usaria a repulsão de forma tão contundente. Ele pode até bem explorar os não feitos de Dilma como o crescimento pequeno da economia, ou mesmo se omitir quanto ao pleno emprego na gestão petista, mas preservar Lula, o padrinho político de Dilma, cuja popularidade no seu estado de Pernambuco é elevadíssima, é de uma incoerência do tamanho do Brasil. Uma cartada arriscadíssima, ainda mais porque o cobre de elogios, enaltecendo sua sabedoria, inteligência, capacidade de ouvir, humildade de construir um diálogo. Elogios que o eleitor que não aguenta mais 4 anos com Dilma, de verdade, repudia, fica indignado, sente ojeriza com tamanha barbaridade, podendo levá-lo a se revoltar com Eduardo Campos por essa sua fingida fidelidade a Lula. Se Lula é tão bom assim, para que, então, votar em Eduardo Campos? Se Lula é Dilma e Dilma é Lula. O eleitor que não aguenta mais 4 anos com Dilma também precisa resolver esse impasse, ainda mais que Marina ficou escondida debaixo da costela de Adão (Eduardo Campos). Não adianta escapar para uma terceira via e ficar a ver navios na disputa entre a bipolaridade que caracteriza o panorama partidário no Brasil, torcendo para o PT perder. Tem que sair do armário e assumir sua opção de jogar em dupla com Aécio. Eduardo Campos já o faz com raro cinismo ao intitular de “política nova”, que, de novidade, só tem Marina em seus calcanhares. Ambos já se preparando para 2018, caso não consigam vender seu peixe na feira.
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