Como é que o Banco Central tem autonomia e independência, se o seu presidente Roberto Campos Netto votou no Bolsonaro nos dois turnos com a camisa amarela da seleção? Se continua a integrar um grupo de WhatsApp intitulado de Ministros de Bolsonaro? Está bem que apostasse na continuidade do retardamento mental e das ideias retrógradas do governo psicopata de Bolsonaro para que RC Netto prosseguisse na condução da economia nos padrões do Armínio Fraga e de outros economistas neoliberais e tucanos, mas seria de bom-tom ter saído do grupo, se tivesse aprendido alguma coisa de diplomacia com o avô e embaixador ou com sua família elitizada oriunda do Mato Grosso. Mas não, o neto só reteve em sua memória o entreguismo ao capital internacional com que o avô se notabilizou e tornou-se o preferido da ditadura militar, como office boy dos interesses estrangeiros. Contudo, o que choca de verdade é a camisa amarela, o que o nivela ao gado do Bolsonaro e fiel à política de costumes do presidente terrorista, que beiram o colonialismo e o escravagismo. Se tinha RC Netto como alguém acima de questões do baixo clero, mas agora se tem a certeza de que sua política de juros alto (a maior do mundo) não é só para conter os rompantes inflacionários, e sim para sabotar a política desenvolvimentista que Lula pretende empreender, cuja consequência será um crescimento econômico gerador de empregos de cunho distribuidor de renda. RC Netto joga pro lado dos especuladores e poderosos capitalistas, tal como fez seu avô ao transformar o Brasil da ditadura numa nação com o pior quadro de distribuição de renda desde a Velha República. Com o intuito de enterrar a herança de Getúlio e acabar com a esquerda (o que não conseguiu), sob o pretexto de combater o comunismo. Como se pode falar de independência do Banco Central, se o seu presidente é da torcida organizada do fascismo, do nazismo do Bolsonaro, do poder militar, da influência pérfida do avô, quando está pouco se lixando para problemas sociais, Covid, ianomâmis ou SUS?