Quer dizer que é uma calúnia, difamação e leviandade associar o Exército ao genocídio posto em marcha no Brasil? Só se for por uma questão de não reconhecer Bolsonaro como o gênio maior do Mal. Pois se o próprio capitão arregimenta, se cerca e governa com militares, como se unha e carne, então não há por outra concluir que só podem ser sócios na empreitada de negar a pandemia, que dissimula o ovo da serpente: o golpe ou a ditadura açulada pela nostalgia dos bons tempos, quando não tinham que dar satisfação a ninguém e ouvir desaforos da imprensa e da opinião pública. Se temos um general como ministro da saúde interino que há dois meses não se pronuncia e não transmite nenhum tipo de mensagem no enfrentamento à crise sanitária mais grave desde a Peste Negra no século XIV, e que deveria seguir à risca evidências científicas e não se mostrar subserviente à vontade de seu patrão, como se ambos fossem médicos a receitar cloroquina como a fonte da imortalidade, além de pôr em xeque a credibilidade das estatísticas oficiais. Quer dizer que os militares são governo, todos entocados preferencialmente no Palácio do Planalto ou no Ministério da Saúde, mas assumir a autoria do genocídio, aí não. Preferem deixar para o maluco-beleza que o povo elegeu e lavar as mãos. Em tempo de democracia, é melhor voltarem para a caserna por não terem a menor capacidade de lidar com o contraditório. Além de terem uma tendência a desconhecer ou a se recusar a entender sobre o que acontece fora da mentalidade reinante no Forte Apache. Não dá para fazer uma conexão, tatibitate que seja, entre o genocídio e o regime de torturas e execuções que prevaleceu nos porões da ditadura? Basta colher o sangue e examinar o DNA para testar positivo.