Ser católico fervoroso deveria se constituir num fator impeditivo para um advogado de 61 anos não tentar matar sua ex-mulher – separados oficialmente há 2 anos. No entanto, foram 6 disparos para não deixar dúvida, mas que acabaram vitimando o feliz namorado português de Regina D’Ávila no intento de protegê-la do assassino. Antônio Passos Costa Oliveira nunca aceitou a separação e vivia ameaçando-a de morte, sendo alvo de queixas registradas na Polícia quanto ao seu instinto homicida. O sacripanta incorreu na indecência moral por ter sido o procurador-geral da Arquidiocese do Rio que conseguiu impedir que a Beija-Flor desfilasse na Marquês de Sapucaí no Carnaval de 1989 com a imagem do Cristo mendigo, no enredo “Ratos e Urubus, larguem a minha fantasia”. Bem como ter retirado do desfile de 2000 a imagem da Nossa Senhora da Boa Esperança e uma cruz que seriam exibidas em carros alegóricos da Unidos da Tijuca. Mas Deus não lhe faltou, pois poderia ter matado seu próprio filho, que estava deitado no banco traseiro do carro, quando resolveu tocaiar sua mulher em frente ao prédio onde ela morava, às 7 da manhã, a 300 metros da Divisão de Homicídios na Barra. Para alguns, Deus prefere que purguem sua culpa em vida, ganhando o direito de pôr em prática as convicções religiosas que apregoava a ponto de a Igreja Católica nunca ter suspeitado de sua truculência. Convencendo o filho de que seu pai não é bandido, não mais se deixando possuir pela possessividade e respeitar a mulher que já é do próximo, mesmo porque terá de aceitar a sua ex desfilar nas ruas com liberdade. Caladinho e quietinho, para provar que está curado.