O Dalai Lama avacalhou com a reencarnação e o budismo, por extensão. Quer que a população tibetana decida se deve reencarnar num menino, depois de morrer, conforme reza a tradição. Face à pressão da China que deseja controlar a seleção do futuro líder espiritual tibetano e interferir numa tradição de séculos.
Reencarnar ou não, eis a questão. Ou reencarnar ainda vivo passando o bastão, em escrutínio feito por outros lamas para escolher o sucessor, à semelhança do papa, ou então, o próprio Dalai nomear o próximo iluminado, podendo designar até um candidato fora da órbita do meio da China.
Consulta popular, eleição indireta ou simplesmente escolher o herdeiro do rei, demonstram que o Dalai Lama, ao se globalizar, se confundiu, depois que saiu do casulo tibetano. Em contato com idéias estrangeiras de democracias tão diversificadas e imperfeitas, apavorou-se com a desfaçatez com que a China penetrou no vácuo espiritual e declarou a reencarnação ilegal, se não passar pelo seu crivo.
Ilegal sim, e daí? Se o próprio Dalai Lama quer acabar com a reencarnação, por decreto.