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RELATOS EXTRAÍDOS DO CONFINAMENTO (IV)

Os sonhos parecem estar mais intensos e vívidos neste momento confuso de pandemia em 2020, quando nosso inconsciente traz à tona segredos que só a linguagem onírica para desafiar a lógica racional, muito além do que o sujeito poderia explicar. Os sonhos melhor se conectam com o inconsciente, trazendo para o consciente o seu conteúdo, rico de significado e algo latente para se imergir numa autoanálise. Desde que você se dedique a dormir bem, longe da paranoia e do desespero por se imaginar à beira do fim do mundo, permitindo-se entrar num ciclo virtuoso – saúde equilibrada, dieta saudável, exercícios e apelo à criatividade – e se preparar para o maior confronto de todos os tempos: saúde versus economia. O que é mais importante, salvar vidas ou matar a fome de trabalhadores levados à miséria? Antes, precisa determinar a que horas vai para a cama e quanto de sono será preciso para relaxar. Importa mentalizar que você deseja registrar o seu sonho. A vontade de lembrar e relatar o sonho. Se possível, gravá-lo em áudio do celular antes de sair da cama. Jung relatou que ele e seus pacientes, antes da 2ª Guerra Mundial, sonhavam com banhos de sangue. O oráculo probabilístico, simulação de um futuro possível. Na Antiguidade, os imperadores se valiam dos sonhos para tomar decisões. Povos indígenas, como uma fonte de conhecimento. Os sonhos eram o ambiente adequado para a gente reinventar a nossa existência. Hoje passamos a sonhar acordados, imaginando, na vigília. Já não mais distinguindo, nas suas origens, o sonho sonhado, se qual parte captada ao dormir ou quando desperto. Formando dois blocos, o primeiro, mais autêntico, por provir do inconsciente, conquanto o segundo também revele particularidades que acrescentam, mas que não se sabe se já veio manipulado pelo consciente. Adulterando sua integridade. Mesmo assim, já foi um avanço para diminuir a distância que nos separa do Mundo Espiritual.

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Antonio Carlos Gaio:
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