O que mais inquieta os ansiosos pelo fim da pandemia, vencido o confinamento, é se o mundo vai continuar a obedecer aos mesmos padrões antiéticos, corruptos, higiênicos, sanitários, insensíveis à miséria e atentatórios à Natureza, de antes. Pois se há um sopro de esperança do que o confinamento para se proteger do vírus trouxe de bom é que o mundo tem de mudar a ordem natural das coisas e propiciar uma invertida. Um Novo Mundo no mesmo planeta diante dele se mostrar ultrapassado, gasto e imprestável. A despeito da tecnologia ter modificado completamente os padrões de nossos hábitos e de consumo, cabendo propor uma nova escala de valores bem diferente da que estávamos acostumados. Mas vai se levar fé? O mundo irá se transformar no mesmo diapasão do vírus assassino? Ou não é tão assassino assim se veio para nos compelir a sairmos de uma roubada em que nos metemos? O grupo de risco não crê na virada. Os mais jovens tampouco, já que atrelados à realidade do consumismo que nos pauta. Quase ninguém disposto a arriscar. Preferimos o seguro morreu de velho, para seguirmos despreocupados e não correr o risco de sermos enganados com futurismos ou invencionices. Tais dúvidas porque também esbarram, de igual forma, na fé religiosa ou em se manter ateu, descrente ou em dúvida sobre o que optar, se hoje opção está correlacionada até a escolha da sexualidade. São muitas questões por responder, isso cansa, e não muito interesse por discutir a relação. A fé, em não sendo fanática e cega, tem que evoluir para alargar a consciência em campos que pouco dominamos ou que nem mesmo desperta a nossa atenção, para avançarmos no conhecimento espiritual e científico sem que os dogmas impeçam a liberdade de expressão. Até que o ser humano cresça e se estruture para não mais precisar dos dogmas como sustentação e vença a força da gravidade para literalmente voar e tentar enxergar outro horizonte além do planeta Terra, em que só conseguimos vasculhar do rés do chão ao Céu estrelado, regidos pela imutabilidade da noite e do dia. Como ter fé no pós-pandemia se o coronavírus é invisível e sua ação demolidora dá uma surra na Ciência? Quando é notório que o ser humano lida muito mal com forças invisíveis, chegando a se desesperar. Vai ter que aprender, senão logo virá uma segunda onda que provocará um estrago maior.
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