Talibã são os anglo-saxões terem descoberto o ouro negro nas areias escaldantes dos desertos árabes há 80 anos e explorarem os sheik a preços barratinhos, para sustentar a beleza americana, Deus salve a rainha e o conservadorismo, além de viabilizar guerras colonialistas, antifascistas, bíblicas, em prol da ocidentalização dos orientais, e contra o perigo vermelho. Só livrou a cara de coronéis e generais nas repúblicas das bananas e regimes cucarachos, exceto a ditadura do proletariado.
Talibã é a facção da dissidência do fundamentalismo islamita capaz de pinçar no umbigo de uma sociedade, que parou no dia em que Maomé desencarnou, suicidas que se formem em engenharia na Alemanha com notas altas, aprendam a dirigir airbus e se atirem contra os símbolos que exaltam o capitalismo e seu cérebro, arrastando na sua cauda uma horda de infiéis merecedoras de castigo por não terem se submetido ao Corão.
Talibã é poder dispor de inúmeras esposas a preços barratinhos, enfiadas em suas burkas, para que não se veja a cara dessas condenadas e facilite a perpetuação da espécie muçulmana. Quem vê cara não vê coração, amor para dar só se nascer o primogênito.
Talibãs são os pitboys que arrancam pedaços do couro cabeludo de seus rivais, instruídos por seus donos, os cachorros, quando abandonados por suas namoradas cuja preferência adernou para pretendentes ligeiramente melhores.
Talibãs são os militares da Operação Condor que jogavam estudantes em alto-mar de aviões pagos por nós e surrupiavam recém-nascidos de presos políticos – para compensar sua impotência, que agora emudeceram por jamais terem suspeitado que um dia seria criado um tribunal que julgaria crimes contra a Humanidade.
Talibãs são as torcidas de futebol que se irritam com o fim da arte perpetrado por técnicos fundamentalistas que nunca jogaram um tostão de bola e só se interessam em matar a jogada, avalizados por dirigentes despudorados que praticam ménage à trois e swing com seus negócios particulares acavalados aos clubes. Todos absolutamente possessos pelo talento que lhes falta impedindo-os de entrar nas quatro linhas e participar da farsa de beijar cada camisa a que se vendem.
O mau uso do vocábulo talibã generalizou-se e reforçou o preconceito contra a cultura islâmica, notadamente quando Bin Laden garantiu que nós nunca mais recuperaríamos a paz interior – o mundo globalizado é hegemonicamente americano – à luz dos bombardeios anglófilos. Cartas contaminadas por Antraz confirmam seu veredicto e sepultam a cerimônia do Oscar, o fim do that’s entertainment e do show business.
Se Osama, com a barbicha de bode sertanejo, é mais macho que Lampião ao enfrentar e mostrar que os Estados Unidos não são os donos do mundo, ou se é cabra mole por ter mandado seus comparsas morrerem ao lado daqueles inocentes úteis, somente monções irão provar do acerto em plantar o que semeou no passado, e o sertão virar mar.
Discutir se o neofundamentalismo talibã bebeu da mesma fonte que o neoliberalismo no deserto de idéias do capitalismo selvagem é chover no molhado. Se pós-moderno é xiita ou pós-islamita, a inquisição, nada mais natural o esquecimento do talibã no poço de cultura Houaiss. É de dar medo.
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