Já se sabia que Ricardo Teixeira, que presidiu o nosso futebol por 23 anos e largou o osso às vésperas da Copa do Mundo no Brasil, deixara um cheiro de mutreta no ar quando se evadiu para Miami, torrando todos os seus negócios – o patrimônio por inteiro. Então. A Justiça da Suíça concluiu que Ricardo, como alto dirigente da FIFA, levou um por fora de R$ 26,4 milhões de uma agência de marketing, mas arquivou o processo através de um acordo de compensação financeira na base de R$ 12,65 milhões, quase a metade do que ele embolsou com o seu ex-sogro, João Havelange, também incriminado aos 96 anos de idade, com R$ 3,1 milhões pesando em sua trajetória de relevantes serviços prestados ao desporto. Afinal, foram 17 anos à frente do futebol tricampeão do mundo e 24 anos à cabeça da FIFA. Natural Ricardo Teixeira ter partido para o exílio nos EUA, de modo a não se fazer comparações descabidas com os nossos políticos corruptos, amadores incapazes de viver longe do paraíso brasileiro. Havelange ficou impedido de dormir o sono dos justos ao ignorar, de forma lamentável, que o jogo só termina com o apito final do juiz.