A CRÍTICA DA CRÍTICA
Ao colocar bonequinho dormindo para um filme de Woody Allen, é melhor procurar outro ofício. Ou dizer que é um filme menor de sua obra extensa é lembrar os que criticaram a teoria da relatividade de Einstein; ambos os segmentos não souberam encontrar seu espaço propriamente dito. É não sacar que Woody Allen vibra com gênios da literatura, em sendo ele um gênio do cinema, e pode perfeitamente recriar Dostoievsky em “Match Point” e “Homem Irracional” e Eugene O’Neil em “Roda-gigante”, como se ele os tivera escrito. Woody simplesmente nos transportou para o clima dos anos 1950 onde a mulher, como esposa e dona de casa, não tinha saída para se realizar em casamentos igualmente frustrantes, nem mesmo a sonhar, valorizado pelo desempenho de Kate Winslet, digno de um Oscar. É mais um filme intenso de Woody Allen que faz com que a plateia assista em profundo silêncio pois os diálogos são extremamente ricos e inteligentes com a trama se alternando e costurando a história de forma surpreendente, a demonstrar total domínio da arte cinematográfica. “Roda-gigante” é a síntese do absurdo por onde a insanidade do ciúme pode nos levar e os personagens castigados pela vida se transformarem em vilões com a maior facilidade. Nós todos somos capazes de fazer o mal se nos acharmos vítimas da injustiça.
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