O decepcionante na França foi Marine Le Pen ter abiscoitado 17,9% do eleitorado, quando ela consegue ser mais reacionária do que o DEM que inventou esse Demóstenes. Seus votos deveriam ir todos para Sarkosy e reelegê-lo no 2º turno. Mas não. 1/3 cairão de graça no colo do socialista François Hollande, proveniente de eleitores enraivecidos que não sabem a quem recorrer contra a imigração que tira seus empregos. Depois dizem que o francês é racional e lógico. Sarkosy fará um grande comício, diante da estátua de Joana D’Arc (que nada pode fazer), no dia 1º de maio, apropriando-se do Dia do Trabalhador como se suas políticas fossem socialistas, esquerdistas ou trabalhistas e o fator trabalho preponderasse sobre o fator capital em seus planos econômicos. Da mesma forma que o movimento “Basta à Corrupção” incorreu em apropriação indébita de um texto do dramaturgo e encenador Bertolt Brecht, que associa o pior analfabeto, que é o analfabeto político, ao pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra e corrupto. Quando Brecht era marxista e usava o teatro como arma de conscientização e politização na crítica ao sistema capitalista. De lado completamente oposto ao “Basta”, anticomunista no gênero da UDN, contra a reforma agrária e conservador até a raiz dos cabelos. Isso é coisa de lalau, desonesto e manipulador, explorando a suposta ignorância da classe mérdia, lembrando o Demóstenes em sua pregação moralista. O pior é se julgarem sutis e inteligentes no uso velhaco do anafalbetismo político de Brecht, em alusão velada aos eleitores de Lula, no incansável prazer desfrutado com a discriminação.
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