Pela enésima vez, Sarney alcança um alto posto – presidente do Senado. Coleciona cargos de toda sorte em todos os níveis da República, antes, durante e depois da ditadura militar, e se orgulha de 5 mandatos eletivos como senador, superando Ruy Barbosa em longevidade. Mas lhe repugna o rótulo de macróbio – matusalém -, pois o aproxima de micróbio, num ato falho da língua, e, pior, o confunde com senil. Renega a comenda de expert em esperteza, ao ter sinalizado cansaço e o peso da idade para despistar na disputa pela cabeça do Senado. Em si, caberia melhor a visão em trair o espírito da ditadura que promovia atentados, para ser presidente da República com a morte de Tancredo Neves. Encarnando o espírito público que não envelhece, de preferência para sempre, a exemplo da imortalidade atingida na Academia Brasileira de Letras. Contudo, Sarney não nega suas origens nas forças conservadoras e viciadas da política brasileira, cercando-se na vitória de seus iguais em ideologia e compromissos, como o ressuscitado Collor, que acusou o governo Sarney de o mais corrupto da História. Renan Calheiros voltou a existir, mas se foi o pesadelo do lobista pagar a pensão alimentícia de sua amante. Edmar Moreira, o corregedor que absolveu os mensaleiros. Por fim, os demos, sua verdadeira família, para já ir preparando sua bagagem de excelentes préstimos à Nação e oferecer a Serra em 2010.
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