Quem tem moral no Senado para cassar o mandato de Sarney? Se não tiveram hombridade para cassar o Renan. Sarney recorre à sua biografia, com prazo de validade vencido no Maranhão e revalidado senador pelo estado do Amapá. Julga-se um cidadão acima de qualquer suspeita por acumular tantos anos de vida pública. Para se defender do massacre ao seu perfil exemplar, recorre a figuras ilustres do museu do Império e da República Velha, mas omite intencionalmente o tantas vezes injuriado Getúlio Vargas, pelo Carlos Lacerda, seu líder na UDN, que culminou no suicídio. Ao enfatizar não ser o único culpado pelas decisões e que o Senado no seu conjunto referendou os desmandos, que não vieram somente da Mesa Diretora, intimidou para valer a nobre Casa e subliminarmente ressaltou o corporativismo que garante a sobrevivência da casta dos senadores. Quase o mesmo discurso intimidador de Agaciel, seu afilhado como ex-diretor geral do Senado nos últimos 10 anos, que não aceita ser o Delúbio Soares da vez, como bode expiatório, sublinhando que Sarney e seus pares não podem alegar que de nada sabiam. Juntando na mesma panela Lula e os mesmos senadores que o acusaram de fingir desconhecer o que se passava debaixo de seu nariz com o mensalão.
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