O que se passa na cabeça de um heptacampeão da Fórmula 1 como Schumacher, para querer provocar a morte de Rubens Barrichello, em disputa pela 10ª colocação no GP da Hungria? Por um décimo de segundo, Rubinho não foi imprensado contra o muro, por ousar ultrapassar um piloto que se mostrou pequeno e ingrato com seu ex-fiel escudeiro, que sempre o deixava passar em nome de a Ferrari acumular vitórias. Por que tamanho mau-caráter com quem sempre preferiu ficar à sua sombra e hoje reconhece a humilhação a que se impôs? Essa é a grande vitória que um perdedor impõe a um grande vencedor: aprende-se mais nas derrotas. Enquanto Schumacher, ainda bêbado com os triunfos ao longo da carreira, não tem a menor preocupação em expor suas verdadeiras entranhas, entediado em virtude do talento que Deus lhe deu para pilotar não mais lhe servir para se manter no topo. Revoltado, somente cometendo as maiores vilanias para se vingar da perda de prestígio. Para, ao menos, ficar em evidência e se satisfazer com a dor alheia. Impingir sofrimento de cara limpa é típico de gente ordinária.