Há quem se junte às manifestações por acreditar em tudo que elas defendem. Há quem tenha acordado para o gigante que despertou. Há quem esteja acordado faz tempo e não se anime com o tal do apartidarismo, que cheira a alienação pretérita. Há quem procure explorar as manifestações para atingir determinados propósitos políticos revanchistas. Há quem se aproveite do vandalismo para calar os protestos que alcançam a raiz da corrupção. Há quem se deleite em reviver Nero e pôr fogo em Roma. Se as manifestações são legítimas, também há que desconfiar de quem está por trás delas. Elas não são uma cortina de fumaça, mas só o tempo dirá quanto à sua consistência. Se for para mudar o sistema, vai ser preciso muito mais ideologia. Pois a violência lembra o fascismo quando provoca o Estado a instaurar medidas repressivas ou mesmo antidemocráticas. Já se nota pelo Facebook a necessidade de se organizar ou de líderes, gostando ou não de partido político. Até para expelir muito bobo alegre que se cansou da brincadeira. Ou até para se discutir se o movimento segue pacífico ou se vira uma revolução, para não cair no descrédito.