Serra repete a toda hora que Palocci, na qualidade de ministro da Fazenda no primeiro mandato de Lula, não cansava de elogiar o governo FHC. Considerando que Serra faz uso político de seu nome em prejuízo de Dilma, da qual é coordenador de campanha, por que o mutismo constrangedor de Palocci? Se a comparação entre os governos FHC e Lula é peça fundamental na campanha petista. Será porque Palocci é o mais tucano dos petistas e por ter granjeado aplausos da oposição por manter a doutrina da política econômica de seu antecessor Pedro Malan? Será por querer ficar bem com gregos e troianos, de forma a isolar o episódio do caseiro, em que o habitualmente calmo Palocci perdeu as estribeiras? Será por desejo de pairar acima dos partidos como mago das finanças e ter ficado para trás de Henrique Meirelles, presidente do Banco Central? Ou por ter medo do caráter afirmativo das eleições obrigarem os candidatos a se posicionarem? Mas se Palocci saneou as finanças, eliminou nossa dependência quanto à dívida externa e acumulou reservas monetárias de invejar os EUA, por que temer a opinião pública? Será que pretende reproduzir a trajetória de Marco Maciel, que irá se reeleger senador por Pernambuco? Sempre calado e cavalheiresco, seja servindo à ditadura ou à democracia e até se tornando imortal na Academia Brasileira de Letras.
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