Já que Serra não conseguiu ganhar eleição de Lula nem de Dilma, irá disputar o pleito para prefeito de São Paulo como se fosse o terceiro turno de uma eleição presidencial – um turno de consolação. Para ele, a eleição será uma disputa entre duas visões distintas de Brasil, duas visões distintas de democracia, duas visões distintas de respeito aos valores republicanos, duas visões distintas de administração dos bens coletivos. O avanço da hegemonia de uma força política (leia-se PT) é resultado de sua política de redistribuição de renda que traz imenso progresso na remuneração da população trabalhadora e só torna a democracia mais arejada com a mobilidade social. Os tucanos precisam perder essa mania de só eles é que respeitam os valores republicanos, com sua máscara de moralista sério e compenetrado a proferir verdadeiras palestras sobre ética e comportamento. Quando sua preferência é clara. Saudar privatizações de aeroportos descerrando placas comemorativas em vez de reconhecer no Bolsa Família o fator fundamental que impediu o Brasil de ser engolido pela crise financeira internacional em 2009. São duas visões distintas. Vai por aí, Serra, que talvez em São Paulo você ganhe.