Não porque trouxe o Papa para dentro da campanha politizando a religião, o que já seria um sacrilégio. Não porque foi buscar lã e saiu tosquiado ao repetir ad nauseam o despreparo de Dilma, reforçando o preconceito contra a mulher, próprio de quem anda pra trás. Não porque sustentado por baixarias na internet, que só diminuem o beneficiário oculto que se valeu também de panfletos apócrifos. Não porque incitou o ódio através de uma campanha moralista contra a corrupção, enquanto em seu arraial tudo é abafado, minimizado, não investigado, engavetado, aliviado pela corregedoria da mídia, apenas entregando em sacrifício logo o Paulo Preto, para posar de razoável. Não porque se recusou a ser um presidente só para os pobres e, em decorrência, a pensar pequeno, tal como Lula é visto pelos tucanos que se acham ricos. E sim porque Serra, Aécio e FHC irmanam-se para culpar Lula por dinamitar pontes, ao ter polarizado a disputa entre o país dos ricos (São Paulo, Sul e Centro-Oeste) e o dos pobres (Norte, Nordeste, esticando até Minas e Rio), segundo o mapa eleitoral de 2010. Os tucanos são mestres na arte da dissimulação e preferem despolitizar a discussão para o Brasil ser de todos e a sociedade, plural, não singularmente pobre – o que os favorece, eleitoralmente falando. Como se não fôssemos ainda um dos países mais injustos do mundo, do ponto de vista social, e a não merecer prioridade e alerta máximo a erradicação da miséria.
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