Eu antes, ingênua,
não via a tênue diferença
entre ser verdadeiro
e saber com quem cabe falar
cada parte da minha própria verdade.
Não é falsidade, nem omissão.
Às vezes é só uma falta de espaço
para a compreensão,
o que gera perda de tempo,
como jogar palavras ao vento.
Para tudo. há o momento
e a pessoa adequada.
Eu penso e sinto tanta coisa aqui dentro
que não dá para desperdiçar com pessoas erradas,
que não vão me entender,
embora eu não precise do entendimento
de ninguém além de mim.
É que enfim vejo
o que há muito li em algum (en)canto
sobre o meu jardim de dentro.
As flores que em mim cultivo,
que me mantêm viva,
não são vistas a olhos nus vulgares.
Elas não cabem em olhares.
São absorvidas com sentimento
de quem também as cultiva
e mantém a chama viva
das afinidades implícitas
em sincronia linda.
É que a vida ainda anda a passos lentos
para cada um num compasso
e os abraços esparsos
têm que ser inteiros.
Não entendemos tudo
o tempo inteiro,
mas sentimos.
E o que sinto agora
é que melhor que lá fora,
é ficar aqui lendo,
escrevendo e aprendendo
o que posso.
Ficar em silêncio evita remorsos.
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