Se o condeDeu / se o rei de BagDá / se os negros do SuDão / por que eu não posso dar? É a marchinha de Renato Torres que ganhou o concurso do Carnaval de 2010 no Rio de Janeiro. Já pensou se os soldados das Forças Armadas caem de boca na marcha e se põem a cantar para provar que gay não é só um problema dentre os militares? Estão por toda a parte os homens que sentem atração por seus iguais. Pouco importa se são almas femininas aprisionadas em corpos masculinos. Indigno é a hipocrisia de, se entrar no quartel, há que manter a compostura. Saiu, pode tudo, desde que bem escondido. Se for por trás dos panos, então, liberou geral, conquanto não se veja. Um comandante gay não é homem o suficiente para comandar seus subordinados. A ótica troglodita, se já existem mulheres na chefia de corporações – um avanço normal e excitante. Mas perdura ainda o medo de abalar as convicções e proporcionar escândalo, quando um homem beija o outro na boca.