A vida não existe para ser suportada nem apenas vivida, mas construída. Passo a passo. Salvo se deixou se perder em alguma encruzilhada ou se deter num desavisado obstáculo. Melhor seria elaborar sua vida, eventualmente reprogramá-la, se possível. De preferência, pondo em marcha conscientemente a obra de sua vida, e com pitadas de ousadia.
Para não morrermos soterrados pela poeira da banalidade, conduzidos pela futilidade, rendendo-se ao fato de frequentemente sermos frívolos nos contatos sociais, atordoados por inúmeras distrações que embaçam nossa visão, correndo de um lado para o outro, crédulos com o papel de grandes cumpridores de tarefas das quais nos desincumbimos.
Quando a primeira lição seria parar e analisar quem a gente é, que rumo estamos dando ao nosso destino, como distribuímos o nosso tempo e regemos os nossos amores, dentre amizades, parentes, velhos conhecidos e paixões.
Convém não ser demais acomodado pois urge romper uma camada que vai nos endurecendo e nos distanciando dos propósitos que deviam nortear essa encarnação e consagrar uma permanente reinvenção de nós mesmos, para transparecer, no mínimo, que ainda estamos vivos. É preciso pegar o touro à unha e agarrá-lo pelos chifres, mergulhando profundamente em mata fechada para só depois ver o que acontece.
Antes que o medo roube nossa alma, quando menos se espera, com sorrateiros pensamentos que irão paralisar o impulso de vida que nos estimula a fazer uso de nossas qualidades vocacionais para encontrar o verdadeiro caminho.