Quentin Tarantino inscreveu seu nome dentre os grandes do cinema ao escrever, dirigir e exibir sua galeria de personagens degenerados e grotescos. A escória da raça humana com forte presença no nosso planeta e em seus filmes impactantes “Cães de Aluguel”, “Pulp Fiction” e, presentemente, “Bastardos Inglórios”. Não é uma violência gratuita escalpelar o couro de nazistas se confrontada com a solução final planejada para exterminar os judeus. Não é absurdo voltar atrás e sonhar com outro final para a 2ª Guerra Mundial, em que os judeus reagem organizados em milícia e com atos terroristas, à semelhança dos muçulmanos de hoje, aniquilando com o regime nazista. É de uma genialidade sem par usar da metalinguagem e fazer Hitler vibrar como um torcedor de futebol, com outro filme originado da propaganda fascista – “Orgulho da Nação”-, em que um soldado alemão, sozinho no campanário de uma igreja, dizima hordas de americanos que inutilmente buscavam abatê-lo. Não é para qualquer um criar o coronel Landa, cujo prazer nazistoide era deixar em pânico suas vítimas, ao revelar, pouco a pouco, o que elas tentavam esconder. E, para o papel, descobrir o espetacular ator austríaco de 52 anos, Christoph Waltz, já desanimado com sua carreira, que deixou no chinelo a estrela de Brad Pitt. Sem o quê, o filme não seria rodado pelo Tarantino. Convicção de propósitos é isso aí. Para não falar que a plateia judaica comparecerá em peso para vibrar com a retaliação e transformar o produto em sucesso comercial. Quentin Tarantino pensa em tudo.
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