Temer parece um escorpião a sair dando picadas como forma de reinar sobre o Brasil, dando vazão à sua sanha de vampiro. Nomeou seu assecla, Moreira Franco, como seu Secretário-Geral, que, com o status de ministro, ganha foro privilegiado e só poderá ser investigado pelo Supremo, e não mais pelo carrasco Moro. Quando Dilma tentou fazer o mesmo com Lula, houve uma tremenda grita de paneleiros associados à mídia. Agora, ouve-se um silêncio asqueroso na indignação seletiva. Chamando de modernização, Temer criou e recriou pastas, acabando por ficar com uma configuração de apenas quatro ministérios a menos do que o de Dilma, considerado irreal e ineficaz para se governar. Mais silêncio nesse tipo de favela. Temer nomeou para o novo ministério de Direitos Humanos uma segunda mulher e negra (do PSDB), matando dois coelhos de uma só cajadada para atender a chamados segmentos minoritários pela elite tupiniquim. Não se ouviu um pio quanto a tamanho oportunismo. Para evitar o golpe do golpe do PSDB pra cima do Temer, pro cargo do corrupto e Secretário do Governo Geddel Lima, entrou o tucano baiano Imbassahy, passando Aécio Neves a ter um núcleo no Poder para pavimentar sua candidatura à presidência em 2018. Cargo esse que tende a ser esvaziado ou somente usado para trocar figurinha, já que o capanga de irrestrita confiança como secretário será o gato angorá Moreira Franco, blindado o suficiente para conter as dezenas de delações feitas pela Odebrecht. Esse é o jogo político em vigor para o qual se organizou um golpe para pôr um fim na corrupção, já com o PSDB no poder (um ministério a menos do PMDB) e às vésperas das delações da Odebrecht proporcionarem um estrago no tecido político do Brasil. Sem contar que as pedaladas, artifício para tirar Dilma do poder, foram extintas pelo Congresso aprovando um projeto de lei no dia seguinte ao impeachment. As patifarias políticas não dão sossego tal como os pivetes nas ruas.