Sílvia, no passado, acumulou. Foi Dona Flor e seus 3 maridos na Praia do Espelho. Cada um se destacou a seu tempo. Hippies, foram engrossando o sistema, à medida que mostraram saber ganhar dinheiro no paraíso onde Cabral aportou.
Calango, o primeiro, lhe deu 3 filhos; foi quando ela descobriu que a mulher faz o homem e que a família não traz solução, partindo para ensinar e dirigir um projeto educacional em Trancoso, rendendo admiração de seus alunos, que perdiam o sotaque baiano em contato com a mestra.
O segundo, por quem se apaixonou perdidamente, era o italiano Brandoni, o feio charmoso e solteirão convicto. Com 7 anos em casas separadas apenas por um córrego, Silvinha chegou à conclusão que o amor não faz a cabeça, pois se amaram e não se entenderam. Exceto na culinária, cada um abriu seu restaurante e a comida da Índia trouxe Sílvia, de novo, à ribalta. Com o mango chutney traduzindo sua sexualidade.
O terceiro, apesar do apelido, Zé da Velha, era guapo, mergulhador, toca uma viola de respeito, um artesão que navega em qualquer onda. Mas Sílvia tornou a Silvinha, pois desacreditou de marolas e endureceu, embora prosperando sempre, ao revelar nas cores de almofadas o mesmo talento para tirar os homens do sério.
Corre-se o perigo de, ao se colher muita experiência, a trajetória dar tombo e ficar com um gosto amargo na boca. Atraindo sobrinhos para chamá-la de Tia Silvinha, o carinho que a insere numa família em que pertence a todos.