O filme é de autor. Do diretor Apichatpong Weerasethakul e oriundo da Tailândia. O melhor filme do Festival de Cannes de 2010. Curioso, esquisito e estranho, cujo ambiente predominante de florestas e a excelência do som captado nos perturba. Não por recordar vidas passadas ou pela presença de espíritos circulando ao assobio dos ventos. Ou o espírito se materializar e até nos ajudar a morrer. Conduzindo para desencarnar numa imensa caverna que nos transporta para outro mundo, sem o menor efeito especial ou de computação gráfica. Pedra para tudo quanto é lado, embora seja uma Casa na qual não entramos sem sermos convocados. Para nascer ou para morrer. O que deixa a plateia tensa e temerosa com o seu destino na melhor cena do filme. Embora os zumbis peludos sejam ridículos e não cheguem a dar medo, mas servem para informar que podemos voltar encarnados em macacos ou em peixes que copulam com princesas mal-amadas, dentro de uma visão holística que remonta aos tempos em que o homem asiático era nômade e vivia em harmonia com a Natureza, tendo que pedir perdão se viesse a matar insetos. Muito distante da visão cristã do homem ser o centro do Universo. Rodado de acordo com uma narrativa serena e de planos longos, o filme se torna monótono e sem sentido quando não conseguimos entender o budismo entranhado no filme. Seria mais um filme espírita, se não fosse budista xiita na linha do budismo tibetano dos dalai-lamas, antes de serem invadidos pela China.
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