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“TODOS JUNTOS CONTRA A CORRUPÇÃO, PRA FRENTE BRASIL, SALVE A SELEÇÃO!”

Não vieram nem 3 mil pessoas à manifestação na Cinelândia contra a corrupção – “onde só há crime e não há castigo”. Intitular o movimento de “Todos Juntos Contra a Corrupção” leva a “Pra Frente Brasil” em outra faixa, chavão surrado da ditadura que pega muito mal, pois tudo o que os militares não conseguiram foi acabar com a corrupção – embora tivessem jurado fazê-lo, perante a bandeira brasileira, quando usurparam o poder. E as vassouras? Lembram Jânio Quadros, aquele que abandonou o Brasil à sua própria sorte com a renúncia que cheirava a golpe. Mais um pouco, incorporam à campanha o caçador de marajás de Collor e o mar de lama de Getúlio Vargas. Se não sabem escolher um símbolo à altura é porque faltam ideias ou ideologia ou diretriz política ou fulcro, já que, apartidário ou não, o movimento deseja intervir na política visando mudar sua prática podre. Embora as reivindicações de tornar a corrupção crime hediondo e o fim do voto secreto no Congresso venham de encontro ao que a sociedade mais reclama, por outro lado, o movimento difuso, descentralizado, impulsionado por uma parcela muito jovem do país que está se articulando pelas redes sociais, tende a atrair oportunistas que, de apartidários, não têm nada. É o caso dos bombeiros do Rio, insuflados por Garotinho contra “Cabral e PMDB = Corrupção” em faixa. Quem disse que os caras pintadas formavam um movimento espontâneo e isento, se rugiam de ódio contra o povão ter eleito um presidente performático, artificial e vazio? O movimento “Cansei”, que aglutinou lideranças empresariais e alguns políticos de direita, se dizia apartidário e demonstrou ser contra Lula, quando recém-eleito pela segunda vez. Corrupção sempre foi tema de conservadores hipócritas como Carlos Lacerda, que provocou o suicídio de Getúlio Vargas e tentou enterrar Juscelino Kubitschek num mar de lama. Muito embora a vontade que dá é de expor o político corrupto ou oportunista à execração pública, raspando sua cabeça à máquina zero, conforme fizeram os franceses, ao final da 2ª Guerra Mundial, com suas patrícias que se amasiaram aos oficiais nazistas.
Categories: Política
Antonio Carlos Gaio:
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