O sonho de consumo dos ricos e dos pobres. Sempre se julga que puxadinho é coisa de pobre para acrescentar uma laje ao baixio das casas e criar o andar de cima, e por que não uma cobertura, confortavelmente assentado numa favela edificada e conquistada a duras penas do silêncio do poder público, que nada faz e a tudo assiste. Que, desde os tempos da Coroa, não explora ou vende, sequer distribui as chamadas terras improdutivas, tamanha a extensão de nosso latifúndio em contraste com a nossa pobreza africana, que não melhorou muito desde a escravidão. O puxadinho incorporou-se aos costumes e não causa mais estupor, nem mesmo se as camadas mais altas imitam e invadem terras de preservação ambiental, constroem mansões, cercam praias e as retiram de nosso usufruto, apreendem o curso livre de rios e os fazem emoldurar seus jardins de conto de fadas, quando não levantam castelos.
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