Documentário de Suzanna Lira sobre as mulheres que foram torturadas e mantidas presas em torno de 4 anos pela ditadura militar, depois do AI-5, no Presídio Tiradentes, em São Paulo. Já posto abaixo para não deixar vestígio do regime covarde, como tudo no Brasil se faz, ao longo de nossa História, para encobrir, mentir e dissimular nossa mentalidade ainda prevalente de colonialismo e escravagismo. Dentre elas, meus respeitos à amiga Ana Bursztyn-miranda, em especial, cuja coragem em ficar face a face com os gorilas relembra, no filme, que os torturadores sentiam um prazer à altura de sua psicopatia ao rebaixar as mulheres, instigando-as a serem machos e aguentar as torturas. Como espírita, Ana, estou seguro que você levará do planeta que habitamos, onde a maldade ainda predomina, sendo por isso considerado um palco de provas e expiações, esse dignificante e honroso crédito como seu aperfeiçoamento moral. Enquanto Bolsonaro, se quiser rever o quanto semeou de perversidade e de atos malignos aqui na Terra, terá de assistir ao filme de braço dado com o Coronel Ustra e enxergar o regime de torturas com outros olhos. Ainda mais que Dilma Rousseff, presente no documentário e mais à vontade do que como presidenta, torturada e presa por 3 anos, contou que mentia durante as torturas para não ter de entregar seus companheiros à canalha assassina dos porões da ditadura. Mas nem tudo era dor. Limparam, desinfectaram e decoraram o ambiente em que estavam encarceradas (havia uma arquiteta), refaziam a comida infecta que lhes era servida, promoveram corte e costura, instituíram horários para aproveitar o tempo, transformando a prisão num coletivo e organizando-a de vez quando conseguiram importar livros de teor ideológico condenado pela ditadura (por pura ignorância dos carcereiros) e formar grupos de discussão. Procurando tirar da prostração quem estava por se entregar ao sofrimento da clausura. Foram libertadas porque o regime já havia liquidado com a luta armada e elas não tinham mais o que dizer. Quando de lá saíram, sentiram em suas casas de família mais presas do que se estivessem nas celas, pois a ditadura, em curso, a tudo censurava, cerceava e limitava linhas de raciocínio independentes. Ao contrário dentre as companheiras no presídio, onde se podia conversar de tudo. Nenhuma delas tocou no assunto estupro. Se o Brasil não enterrou a ditadura, como no Chile, Argentina e Uruguai, foi devido a não tirar de circulação seus carrascos através de uma lei de anistia na justa medida para salvaguardar as Forças Armadas, afogadas até o pescoço com torturas e execuções na sua folha de serviços à Nação, o que deu margem a aparecer um monstro que se elegeu presidente para devolver o país aos tempos de concentração de renda em que se promove o entreguismo, tornando a ser servil aos EUA, e à velha política egressa da Velha República (anterior a 1930), fingindo que combate a corrupção.