O vice Alencar deu entrada de novo no hospital em sua via-crúcis contra o câncer. De têmpera inquestionável e impressionante humildade, enfrenta a doença com uma galhardia que falta ao nosso tradicional político. Curioso, dores, mal súbito, ir parar no hospital, dias contados e irreversibilidade damorte, político nenhum quer pensar nisso, malgrado a idade avançar sem piedade. Lidam muito mal com o fato de serem mortais, achando que ainda resta um tempinho para legislar em causa própria. São capazes de brigar como meninos de rua, pôr o dedo na cara do outro, abusar de argumentos sem fundamento, prestar falso testemunho sobre problemas nacionais, conciliar-se com quem já falou mal na maior hipocrisia, transformar sua grande família numa família real, confundir o que é nosso com o que imaginam ser deles no exercício do poder, pecar, pecar, pecar e… não confessarem o menor receio na possibilidade, mais do que provável, de partir sem receber aviso prévio. Acostumados que estão a serem julgados a cada eleição, confundindo justiça eleitoral com justiça divina. Ô gente para fazer confusão e trapaça!
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